As mudanças impostas pelos avanços tecnológicos exigem dos cidadãos competências diferentes das que eram necessárias para uma cidadania bem-sucedida outrora. A investigação tem mostrado que é importante mudar práticas de ensino nas salas de aula e consequentemente, urge mudar práticas de formação de professores. Estamos perante novos desafios que exigem respostas novas que possam promover nas escolas e nas salas de aula novas formas de ensinar e aprender. Afinal, o foco da formação dos professores, são os alunos e a melhoria dos processos de ensino/aprendizagem.

A esta questão, que sempre foi uma preocupação dos formadores de professores, aliou-se, nos últimos anos, a falta de professores em Portugal, com maior incidência em alguns grupos de docência e trouxe a reboque a necessidade de se repensar a formação dos futuros docentes e até da possibilidade de, em “desespero de causa”, encontrar alternativas que possibilitem a sua mobilidade entre os diferentes ciclos e a reconversão de alguns profissionais de outras áreas que através de mecanismos, ainda pouco claros para alguns de nós, possam adquirir, de ‘forma rápida’, habilitação para a docência.


Criaram-se comissões, existem propostas, promoveu-se alguma auscultação junto daqueles que estão diretamente implicados na formação de professores - as Universidades e Escolas Superiores de Educação -, ouviram-se as associações profissionais e sindicais de professores, mas continuamos sem perceber para onde vamos. Temos consciência que, citando Hargreaves (2000), “O ensino já não é o que era, nem a aprendizagem profissional requerida para se ser professor e para se desenvolver profissionalmente ao longo dos anos”.


Reconhecemos que, nos últimos anos, muita investigação sobre a formação de professores tem sido realizada e esta tem contribuindo, consideravelmente, para a identificação das grandes questões que hoje se colocam e propondo uma reflexão conjunta sobre a procura de soluções. Que docentes estamos a formar hoje? Que professores queremos formar? Para que Escola queremos formar? Queremos mudanças? Se sim, quais?


O Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira (CIE-UMa), ciente da importância desta temática, da sua pertinência e porque se integra numa Universidade com tradição na formação dos docentes, entendeu que chegou o momento de dedicar o seu XIX Colóquio, a esta matéria. Vamos ouvir especialistas, vamos ouvir todos os que de alguma forma contribuem para a formação, sem esquecer os estudantes, e criar massa crítica ativa.