“Não se pode falar de Educação sem amor.”
Paulo Freire (1921-1997)
Na celebração do centenário do nascimento de Paulo Freire, propomo-nos reavivar o legado deixado pelo educador, pedagogo e filósofo, revisitando a sua metodologia, eivada de diálogo entre professor e aluno, na qual o papel ativo e crítico do aluno vivifica a aprendizagem.
Crítico acérrimo da ideia de que o professor detinha todo o conhecimento e o aluno era apenas um depósito de noções e de crenças, Freire defendia uma educação que conduzisse à liberdade e ao conhecimento do mundo, tendo em vista a sua transformação. Em pleno século XXI, no qual se vivem momentos cruciais para a Educação em Portugal e no mundo, os desafios com que nos deparamos são acutilantes: Que competências são necessárias para se exercer uma cidadania pró-ativa? Como decidir, de forma crítica e conscienciosa, em situações não-lineares, de grande complexidade, incerteza e inquietação? Como liderar e como acolher a liderança? Como usar a técnica e a ciência para tomar decisões e vencer os obstáculos do tempo presente?
É neste sentido que, de olhos postos no campo científico educacional atual, revisitaremos a Educação Crítica de Paulo Freire, alicerçada numa dimensão profundamente dialógica anti-opressiva e não autoritária. Como é seu apanágio, em consonância com as linhas de investigação: Currículo, Inovação Pedagógica e Administração Educacional, o XVI Colóquio CIE-UMa constituiu-se num espaço de reflexão e debate acerca da Educação, enquanto veículo promotor de uma sociedade idónea, crítica e inclusiva, resultando na publicação do livro “Paulo Freire e a sua pedagogia: Crítica, Resistência e Utopia. No Centenário do seu nascimento (1921-2021)”.
Maria José Camacho & Sónia Martins (Orgs.)